Os destaques desta edição incluem o aumento nos preços do aluguel, que já superam a inflação em 2023 e a novidade da Caixa que promete tornar o acesso ao crédito imobiliário mais rápido e fácil aos interessados em adquirir imóveis.
Além disso, destacamos o montante que foi investido em soluções de inteligência artificial para o mercado imobiliário e como essa tecnologia pode melhorar a eficiência das imobiliárias.
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Boa leitura!
Reajuste de aluguel em 2023 supera inflação
O aluguel residencial está subindo em ritmo acelerado e já supera a inflação e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é o índice mais utilizado no mercado imobiliário para reajuste de aluguel. É o que mostra o índice residencial de locação divulgado pela FipeZap.
No balanço parcial de 2023 os preços de locação subiram 14,05%, destacando-se significativamente em comparação com o índice oficial de inflação, o IPCA, que registrou um acréscimo de 3,75% neste ano.
Além disso, o IGP-M, comumente empregado nos contratos de locação, apresentou queda de 4,46% no mesmo período analisado.
Se analisarmos individualmente as principais capitais do país, a valorização do índice FipeZap se mantém acima da inflação.
Goiânia teve um expressivo aumento de 29,04% neste ano, seguida por Florianópolis (27,98%), Fortaleza (20,56%), Rio de Janeiro (17,77%) e Curitiba (16,87%), todas com variações acima da média do período, que foi de 14,05%.
As cidades que também apresentaram reajuste positivos, mantendo-se na faixa de dois dígitos foram Belo Horizonte (13,63%), Porto Alegre (11,81%), São Paulo (11,76%), Recife (10,71%) e Brasília (10,67%).
💸IVAR também tem alta acima da inflação
O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, registrou um aumento acima da inflação.
Nos últimos 12 meses, o IVAR acumulou alta de 7,43%, enquanto a inflação no mesmo período é de 4,82%.
Diferente do FipeZap, o IVAR analisa a variação do aluguel em apenas quatro cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Nos últimos 12 meses, Belo Horizonte teve uma variação no valor do aluguel de 10,48%; já São Paulo registrou um aumento de 6,19%; enquanto o Rio de Janeiro e Porto Alegre apresentaram valorização de 7,91% e 6,17%, respectivamente.
🤑Rentabilidade do aluguel está em alta em cidades paulistas
Já que estamos falando que o reajuste do aluguel supera a inflação, nada melhor do que entender também a rentabilidade do aluguel em algumas cidades do país.
O resultado de rentabilidade de aluguel do FipeZap mostrou que, entre as 10 cidades com maior rentabilidade no país, 7 estão no estado de São Paulo.
A cidade de Santos é a cidade mais rentável para aluguel de imóveis, com uma rentabilidade média de 8,13%; seguida pela vizinha Praia Grande que teve rentabilidade de 7,51%.
As demais cidades paulistas que se destacaram nesse quesito são Barueri (7%); Campinas (6,6%); Guarulhos (6,6%); Ribeirão Preto (6,34%) e São José dos Campos (6,11%).
Entre as capitais, a que apresentou maior rentabilidade do aluguel foi Recife (7,36%), seguida por Salvador (6,17%) e Goiânia (5,79%).
Na contramão dessas capitais, os dados de Fortaleza e Curitiba indicam que investir em aluguel residencial nessas cidades, atualmente, pode ser sinônimo de dor de cabeça.
Isso se deve ao fato da rentabilidade da locação de casas e apartamentos para nessas capitais estar no patamar de 4,55%.
Vale destacar que a rentabilidade é calculada pela razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis, a partir de rental yield, para o investidor que opta em adquirir o imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel.
Caixa pretende digitalizar acesso ao crédito imobiliário
A Caixa Econômica Federal, principal banco de crédito imobiliário do Brasil, anunciou recentemente que vai digitalizar o crédito habitacional, a fim de facilitar o acesso ao financiamento de imóveis.
A ideia do banco é que os clientes interessados em conquistar o sonho da casa própria, possam solicitar o financiamento de forma totalmente digital, sem a necessidade de ir a uma agência bancária.
Para tirar a ideia do papel, Carlos Vieira, presidente da Caixa, afirmou para o Exame que o banco pretende fazer parcerias com fintechs que possuem expertise na área de tecnologia e que já fazem esse processo de crédito imobiliário de maneira digital.
Essa ação, caso seja implementada, pode trazer impactos significativos ao mercado imobiliário, porque a expectativa é que a digitalização do crédito habitacional deixe o processo mais rápido e simples, além de facilitar o acesso ao crédito por aqueles que moram em áreas mais afastadas ou que não possuem tempo para ir às agências bancárias.
Para entender a dimensão desse projeto, é preciso entender a participação da Caixa no setor.
Hoje, o banco possui 68,8% de participação de mercado no financiamento para a habitação e até o terceiro trimestre deste ano, a carteira de crédito imobiliário do banco cresceu 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$707,9 bilhões.
Além disso, como noticiado na nossa última edição, o lucro da Caixa cresceu 16,5% no terceiro trimestre, chegando ao valor de R$3,2 bilhões.
Chegou a hora das casas tokenizadas
Há duas semanas, foi lançado o primeiro condomínio tokenizado do Brasil.
O condomínio, que está localizado na região serrana do Rio de Janeiro, possui casas multipropriedade de alto padrão.
Na prática, os imóveis disponíveis podem ser adquiridos de maneira convencional, seguindo os métodos tradicionais estabelecidos pelo mercado imobiliário, ou ainda, de forma inovadora, que permite a aquisição mensal de um imóvel a partir da utilização de tokens.
A tokenização de imóveis é uma das tendências do mercado imobiliário, por possibilitar a desburocratização dos processos envolvidos em uma negociação.
E, se você não está por dentro da tokenização do nosso setor, vale a pena saber que ao investir em imóveis tokenizados, a propriedade e a documentação são vinculadas a um token exclusivo, que representa um conjunto de informações específicas armazenadas em uma blockchain.
A blockchain, por sua vez, atua como uma plataforma de registro e certificação da propriedade, garantindo a segurança e exclusividade dos ativos digitais, proporcionando uma camada extra de confiança e transparência ao processo de transação e gestão de imóveis.
Camboriú atrai empresários do agro
A expectativa da safra recorde de mais de 319 milhões de toneladas de grãos em 2023 e 2024, está fazendo com que muitos empresários do agro invistam na cidade que tem o metro quadrado mais caro do país.
Em busca de diversificar seus investimentos e de olho na valorização imobiliária de Balneário Camboriú, 1 a cada 3 dos investidores na cidade são do ramo agrícola, porque o investimento em imóveis traz uma rentabilidade maior do que outros tipos de aplicações.
🏬Metro quadrado em Balneário Camboriú
Em outubro, o preço médio do metro quadrado para venda de imóveis residenciais valorizou 0,42% em relação ao mês anterior, chegando ao valor de R$12.522. No acumulado deste ano, a valorização é de 9,93%.
Na beira-mar, o valor do metro quadrado pode chegar à casa dos R$55 mil e com os novos investimentos em reurbanização da orla, alargamento da faixa de areia da Praia Central, passarela giratória no Morro do Careca e novo píer para cruzeiros, o metro quadrado nos bairros próximos a essas novidades pode aumentar ainda mais.
Mais de US$9 bi foram investidos em inteligência artificial no mercado imobiliário
Se tem um assunto que deu o que falar em 2023 foi a inteligência artificial, tanto que o tema já não é mais restrito ao departamento de TI.
A popularidade do ChatGPT trouxe à tona os impactos da inteligência artificial em diversos setores e, é claro, que o mercado imobiliário não ia ficar de fora. Inclusive, a tecnologia já é realidade no nosso setor.
A redução dos custos para desenvolver tecnologia em inteligência artificial (IA) e maior disponibilidade de dados tem favorecido o surgimento de soluções que usam a IA.
Como mostramos na edição do dia 09 de outubro, no Q2, mais de US$9,4 bilhões foram investidos nessa área, de acordo com um levantamento da Terracota Ventures.
Desse total, 8,7% foram direcionados para construtechs e proptechs que trabalham com inteligência artificial.
Além disso, o Radar Terracota divulgado em outubro, os investimentos feitos para inteligência artificial no mercado imobiliário buscam mais eficiência operacional, melhor qualidade do lead e experiência do usuário.
Então, se você quer destacar a sua imobiliária, vale a pena conferir 3 teses emergentes divulgadas neste estudo:
🎨Cenografia e design virtual
- A utilização da Inteligência Artificial Generativa (IA) está revolucionando o desenvolvimento e otimização de imagens em 2D e 3D.
- Isso possibilita a criação de representações visuais realistas de propriedades, oferecendo aos clientes uma experiência imersiva na visualização de espaços antes mesmo de visitá-los.
- 💬Comunicação automatizada com NLP
- Os chatbots e assistentes virtuais agora podem compreender as necessidades individuais dos clientes, proporcionando informações precisas e personalizadas.
- Essa automação na comunicação agiliza o atendimento ao cliente e melhora a experiência do usuário, tornando o processo de compra ou locação de imóveis mais eficiente.
- 📝Conteúdo profissional generativo
- A produção de conteúdo profissional agora é aprimorada com IA, usando informações personalizadas sobre imóveis.
- Isso significa que as descrições de imóveis e informações de listagem podem ser geradas de forma dinâmica e altamente relevante, poupando tempo e esforço dos agentes imobiliários.
➡️Panorama da inteligência artificial no mercado imobiliário
Embora os investimentos em IA no mercado imobiliário sejam cada vez maiores, o uso da tecnologia no nosso setor ainda é pequeno.
Segundo um estudo da Brain Inteligência Estratégica, divulgado em junho, 26% dos entrevistados conhecem ferramentas de IA que atuam diretamente no mercado imobiliário e apenas 19% já utilizam a tecnologia no seu dia a dia.
Entretanto, é importante destacar que a implementação da IA já demonstrou ser benéfica para o setor imobiliário.
71% afirmam ter notado um impacto positivo no uso da tecnologia, com ênfase no aumento da eficiência e da precisão das transações imobiliárias, além da influência sobre o preço dos imóveis.
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Até a próxima edição!