Buscar alternativas para reduzir os riscos de inadimplência faz parte da rotina de quem trabalha com administração de locações.
A inadimplência locatícia, inegavelmente, é uma realidade no mercado imobiliário.
Em maior ou menor grau, a inadimplência é um desafio constante para quem trabalha com administração de locações. Contudo, embora seja praticamente impossível zerar a inadimplência em uma imobiliária de médio ou grande porte, ela é totalmente gerenciável.
Para minimizar a taxa de clientes que não pagaram o aluguel, o administrador de locações precisa implementar políticas estratégicas que visem reduzir os riscos associados à inadimplência.
Por isso, nesse conteúdo vamos explorar algumas dessas políticas para que você possa implementar na sua imobiliária.
A realidade da inadimplência no Brasil
Antes de falarmos mais sobre as estratégias para reduzir a inadimplência, vale a pena compreender a realidade da inadimplência no Brasil.
O “Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil” divulgado pelo Serasa, embora não se trate de um índice específico do mercado imobiliário, mostrou que em novembro do ano passado, quase 72 milhões de brasileiros estavam em situação de inadimplência.
Segundo esse relatório, o total das dívidas dos brasileiros era de, aproximadamente, R$270 milhões e cada pessoa devia, em média, R$5.263,99.
Agora, trazendo para o contexto da maior cidade do país, o Índice de Análises das Ações Locatícias divulgado pelo Secovi-SP revelou que em outubro, data da última atualização, houve um aumento de 6,3% no número de ações locatícias protocoladas no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Das 918 ações protocoladas no mês, 86,4% eram referentes à falta de pagamento dos aluguéis.
No comparativo do ano, de janeiro a outubro, foram protocoladas 10.020 ações decorrentes da inadimplência dos inquilinos.
9 ações para reduzir os riscos de inadimplência
Um dos desafios mais significativos que as imobiliárias enfrentam é o risco de inadimplência por parte dos locatários.
Para manter a saúde financeira e a estabilidade operacional da imobiliária, é super importante implementar políticas que reduzam os riscos associados à inadimplência.
A título de curiosidade, um contrato inadimplente gera um prejuízo calculável de pelo menos R$4.600 para as imobiliárias, de acordo com um levantamento feito pelo Imobi Report.
Veja, a seguir, algumas práticas recomendadas para reduzir os riscos de inadimplência.
Análise rigorosa dos locatários
Antes de assinar um contrato de locação, é fundamental realizar uma análise detalhada do histórico financeiro e comportamental do locatário para saber se ele será um bom inquilino.
Para isso, você precisa fazer verificação de crédito, buscar referências de locações anteriores e analisar a renda do locatário.
Dependendo do tamanho da sua carteira de locações, vale a pena utilizar serviços especializados para avaliação de crédito para ter acesso a informações sobre o histórico financeiro do locatário, ajudando a prever possíveis riscos de inadimplência.
Critérios de locação
Para reduzir os riscos de inadimplência, você também precisa estabelecer critérios claros e transparentes para a concessão de locações.
Ao estabelecer requisitos específicos de renda, histórico de crédito e referências, a imobiliária pode garantir que os locatários atendam a padrões mínimos.
Isso não apenas reduzirá os riscos de inadimplência, mas também contribuirá para a construção de uma comunidade de locatários mais estável.
Vale lembrar que, em geral, o mercado recomenda que uma família comprometa, no máximo, até 30% de sua renda com aluguel.
Garantias locatícias
Hoje, todo contrato de locação feito por uma imobiliária conta com algum tipo de garantia locatícia, mas para os administradores de locações que buscam estratégias para reduzir os riscos de inadimplência, vale a pena oferecer mais de uma opção de garantia locatícia.
O seguro fiança, por exemplo, não apenas cobre perdas decorrentes de atrasos no pagamento do aluguel, mas também protege contra potenciais danos ao imóvel.
Já o depósito caução, quando aplicado, deve ser tratado com transparência e eficiência, garantindo que os procedimentos de reembolso ou utilização sejam claramente definidos.
Monitoramento
Manter um monitoramento constante dos locatários ao longo do contrato, com base em dados internos e no comportamento de pagamento é uma prática essencial para reduzir os riscos de inadimplência.
Você ainda pode fazer atualizações regulares de informações financeiras e manter uma comunicação aberta com os locatários.
Ao identificar os primeiros sinais de dificuldades financeiras, você e sua equipe podem agir proativamente para evitar inadimplências.
Políticas de cobrança eficientes
Desenvolver e implementar políticas de cobrança claras e eficientes é fundamental para lidar com casos de inadimplência.
Estabelecer prazos claros, enviar lembretes automáticos e, quando necessário, agir rapidamente para iniciar processos de cobrança são medidas importantes para proteger os interesses financeiros da imobiliária e dos proprietários.
Automação de processos financeiros
Hoje, algumas imobiliárias ainda insistem em uma gestão financeira manual, enquanto a automação de processos pode contribuir para a redução da inadimplência.
Então, se você quer parar de lidar com inquilinos inadimplentes, avalie investir em uma ferramenta que possibilita a geração automática de boletos e lembretes de pagamento.
Isso otimiza a eficiência operacional da sua equipe e evita alguns mal-entendidos que podem levar à inadimplência.
Educação financeira para locatários
Se a inadimplência tem tirado seu sono, que tal sair um pouco das ações comuns e oferecer recursos educacionais sobre gestão financeira para os locatários?
Informar sobre a importância do pagamento pontual, os impactos da inadimplência e as opções disponíveis em caso de dificuldades financeiras, além de dar dicas sobre como cuidar do dinheiro pode criar uma relação mais colaborativa entre sua imobiliária e inquilinos, e reduzir as chances de inadimplência.
Programas de finalidade e incentivos
Para reduzir os riscos de inadimplência é preciso ir além do básico que toda imobiliária faz. E, se você quer fazer diferente, introduzir programas de fidelidade e incentivos para locatários que mantêm um histórico de pagamento positivo pode ser uma estratégia eficaz.
Caso você opte por adotar essa prática, pode explorar descontos em renovações de contratos, benefícios exclusivos, pequenos agrados, entre outras ações.
Isso pode incentivar a adesão às políticas de pagamento e criar uma relação mais duradoura entre a imobiliária e os locatários.
Parcerias estratégicas com instituições financeiras
Estabelecer parcerias estratégicas com instituições financeiras pode ser uma poderosa ferramenta para prevenir a inadimplência.
Ao firmar esse tipo de parceria, a imobiliária pode oferecer opções de pagamento flexíveis, proporcionando aos locatários escolhas que se alinham às suas necessidades financeiras.
Além disso, as parcerias podem auxiliar os locatários na gestão eficaz de suas finanças pessoais e disponibilizar produtos financeiros específicos, como linhas de crédito especiais, seguros adaptados às necessidades habitacionais e outras soluções financeiras personalizadas.
Evite dor de cabeça ao adotar ações para reduzir a inadimplência
Como você acompanhou neste artigo, cada etapa, desde a análise rigorosa dos locatários até a implementação de políticas de cobrança eficientes, contribui para a construção de estratégias sólidas para reduzir os riscos de inadimplência.
A educação financeira para locatários, programas de fidelidade e a criação de parcerias estratégicas com instituições financeiras oferecem opções adicionais para a prevenção da inadimplência.
Como você sabe, a redução da inadimplência não é apenas uma estratégia, mas um compromisso contínuo com a eficácia operacional e o sucesso financeiro da imobiliária.
Ao adotar essas práticas, você mitiga os riscos, transforma desafios em oportunidades e solidifica o papel das imobiliárias como gestoras de patrimônio.
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